O Espelho
No escuro e gélido lago
Tão profundo quanto própria dor
O espelho de águas negras
Refletia meu medo e rancor
Dia e noite mirava minha face
lágrimas quentes na água gelada
Via a face dos meus inimigos
E planos de vingança lhes jurava
Quando um denso véu branco
Cobriu minha face vazia
O frio tomou meu corpo
Minha alma no medo jazia
Um morno sopro doce
Às minhas costas soou
Era a voz de uma donzela
Repentinamente me confrontou
"Abra os olhos novamente,
Não tenha medo das brumas
Olhe novamente seu espelho
Vai e mira as águas profundas
Dissipe as brumas com coragem
Mergullhe na sua própria escuridão
Leve a luz até o fundo
Veja os segredos em seu coação
E então volte à superfície
Que seu espírito seja renovado
Pois apenas enfrentando suas trevas
Esquecerá a dor do passado
Depois levará a luz à outros
Será combatente da dor
Suas armas serão sabedoria e coragem
De toda vida será irmão
E seu nome será amor
Guardiã Gabi
